domingo, 29 de novembro de 2009

Reflexão sobre a pausa para reflexão

Quem trabalha no mercado financeiro é levado, muitas vezes, a acreditar que tem as melhores informações e o melhor julgamento. Afinal, somos nós que mexemos com dinheiro, que lemos, que estudamos, que falamos com pessoas que conhecem outras pessoas que conhecem quem manda. Observação e mea culpa número 1 feita.

Há a política. Há interesses que passam longe da racionalidade como a imaginamos (mas que devem fazer perfeito sentido para quem os defende). Há, como o próprio autor do artigo abaixo disse, "a complexidade da condição humana". E vai haver, no ano que vem, uma disputa pelo poder no "país do futuro", na possível-futura quinta maior economia do mundo.

Há um presidente que conta com uma aprovação assombrosa, mais ainda considerando que ele comanda uma democracia livre. Por trás desse presidente, há uma história de sucesso, fruto ou não do acaso, mas que faz com que ele paire acima do bem e do mal. Há uma possível sucessora. Há uma oposição acanhada, que ainda não decidiu o que quer (ou pelo menos isso aparenta). Há jornalistas, com diferentes graus de isenção, e seus veículos. No meio de tudo isso, vai haver muita sujeira, muito ruído, e pouca informação. De forma que vou me abster, daqui para a frente, de comentar política -- simplesmente não conheço, ou não entendo o bastante. Sou tonto. Deixo-me levar pelos meus vieses e não enxergo o que talvez seja óbvio. Estou engatinhando no entendimento de política e mídia -- tão ou mais opacas que mercado financeiro e economia, mas, pelo menos, esses eu estudo e vivencio há algum tempo.

Antes disso, tenho a obrigação de dar o outro lado da história. Um estimado amigo para quem mandei o texto abaixo disse que a opinião dele sobre a história está mais ou menos nesse texto do Luiz Carlos Azenha -- fica aí o contraponto, um dos possíveis. Tantos outros estão na mídia, é só procurar. Não conheço bem o trabalho do Luiz Carlos Azenha, nem suas orientações políticas, nem seus interesses. Como não conhecia esses aspectos do César Benjamin, que me impressionou pela biografia e pela história contada.

"Tive na vida várias fases de tentar explicar tudo, mesmo sem compreender. Quando compreendia, não tinha palavras para explicar." O Tostão escreveu isso em sua coluna de hoje. Há sabios e há tontos. Estou caminhado entre eles, sem ter idéia de quem estou mais perto.

3 comentários:

Danilo Balu disse...

O que tem de coerente (e mto!) no seu texto, não tem na fonte na qual se apóia. Obviamente que li o texto, mas me abstraí de comentá-lo no blog. Por quê? O Lula é um mentiroso com hábitos execráveis conhecidos e o episódio se passou em uma prisão, décadas trás e citado por um hj inimigo político. É podre, sujo, por mais que fidedigno. Agrega mto, mas não altera nada.
Talvez por não conhecer mesmo as orientações do Azenha vc o considere um contraponto. Ele claramente se sentiu ofendido com o que foi dito do candidato dele. Natural. Mas ele está longe de ser uma fonte imparcial. Até ele sabe disso.
Eu continuo ignorando o texto da Folha porque do Lula não espero nada.

Danilo Balu disse...

Por Barbara Gancia:

O cientista político e fundador do PT, César Benjamin, fez um papel lamentável ao dar a uma conversa de mesa de bar uma seriedade que não merecia.

Está certo que o lado cafajeste de Lula é conhecido desde sempre, que o presidente faz questão de contar todas as suas bravatas amorosas nos detalhes mais sórdidos para quem esteja disposto a ouvir.

Mas porque César Benjamin achou o filme de Lula messiânico e exagerado, isso não lhe dá o direito de sair falando publicamente sobre o que ouviu numa conversa debochada entre marmanjos.

Ressentido, moralista e equivocado, o cientista político usou de sua proximidade com Lula para cometer uma deslealdade travestida de gesto nobre.

O que ele fez foi deplorável.

Mas não acho que a Folha errou ao publicar o seu texto. Ao contrário, creio que o jornal prestou um serviço ao leitor mostrando como funciona a cabeça de cabresto invisível dessa esquerda que se acha moralmente superior ao resto do mundo.

Embora o senhor César Benjamin esteja sob a impressão de que tenha revelado ao mundo uma face desconhecida do presidente, para mim essa história toda só serviu para mostrar que ele não passa de um mexeriqueiro da pior espécie.

Aline Mariane disse...

Faz muito bem em deixar de comentar politica aqui. Seu blog é muito bom pra se sujar. Deixe isso pra outros. Nao que ache que você seja incompetente pra falar de politica, ao contrario, gosto de ouvir o que você (e o Balu também) falam, mesmo que às vezes nao concorde. Enfim, você, blog e nos leitores temos mais a ganhar com economia e boemia nesse momento. Bjss!