terça-feira, 23 de junho de 2009

Mais sobre o diploma para jornalistas

Marcelo Rubens Paiva, um dos ídolos da minha adolescência, escreve sobre a decisão do STF. Ele defende a opinião de Maurício Stycer, para quem o jornalista deveria ter pelo menos formação universitária em qualquer área e um curso técnico de especialização técnico -- para evitar que a profissão vire "terra de ninguém". Discordo. Daí para começar a dizer que jornalista esportivo deve ser formado em Esportes, jornalista econômico deve estudar Economia, e assim por diante, é um passo. Formação universitária, na maioria dos casos, não é garantia de conhecimento algum, é só uma sinalização para a sociedade e o mercado de trabalho -- em termos de aprendizado, provavelmente os alunos de diversos cursos e faculdades estariam melhor se usassem o dinheiro, o tempo e a energia dispensados para comprar todos os livros que quisessem, abrir um pequeno negócio ou viajar pelo mundo. Contra a "terra de ninguém", deveríamos contar com o mercado e com a lei, esta contra caluniadores, mentirosos e mal-intencionados em geral. O resto é preconceito e corporativismo.

3 comentários:

Annie disse...

Não resisto e preciso fazer um comentário sobre isso. O que deve mudar, acredito, é a grade curricular dos cursos de graduação. E um pouco da nossa própria cultura, também. Em geral, os estudantes brasileiros enfrentam o vestibular aos 17, 18 anos, quando não se sabe nem se queremos beijar o Antônio ou o João. Resultado: um monte de adolescentes imaturos estudando sobre o que sequer se entende, como eu estudei a formação do Estado, na primeira graduação. E eu nunca fui o que se pode chamar de "imatura".
Mas a graduação (ou um curso técnico um pouco mais longo) pode dar alicerces insubstituíveis. Sim, lavar pratos na Califórnia, fumar uma paradinha em Amsterdam ou trabalhar em uma estação de ski no Colorado ajudam a formar o ser humano (e, como consequência, um profissional), mas não substitui o ar que se respira nos corredores de uma universidade.

Drunkeynesian disse...

Concordo que encarar o vestibular e um curso universitário com 17/18 anos não é muito inteligente - e daí vêm várias frustrações, profissionais ruins e mudanças de curso (eu troquei de graduação com 21 anos). Também concordo que frequentar uma universidade fornece algumas bases insubstituíveis - desde que, claro, estejamos falando de uma boa universidade, o que, acredito, está longe de ser a regra por aqui.

Gostei bastante dos seus comentários, continue aparecendo por aqui e "não resistindo".

Annie disse...

Obrigada pela acolhida, mas eu dificilmente conseguiria comentar em outros posts. Não entendo nada de economia e não consigo sequer guardar meu próprio dinheiro.

Obrigada de qualquer forma. :)